capoeira


sexta-feira, 26 de março de 2010

No mundo contemporâneo, somos recheados - já a algum tempo - de inúmeras ofertas de produtos e serviços automatizados que apresentam de modo efusivo as últimas novidades do mundo digital. Desde a presença de “máquinas espertas” que dialogam com os respectivos usuários, ensinando-os, na maioria das vezes, a seqüência correta de determinadas funções ou tarefas, até as chamadas “casas inteligentes” que mapeiam e gerenciam de maneira competente os diversos comportamentos e gostos habituais dos seus habitantes, o que se evidencia é a gradativa adoção de modos de existência que priorizam cada vez mais um refinamento na clássica relação homem-máquina, relação esta que, ao contrário do que muitos previam, não caminha para a substituição do homem pela máquina, mas como observa Lemos (2005), para uma “simbiose completa”, visto que cada vez fica mais clara a dinâmica existente na relação triádica tecnologia sociedade-cultura.

Certamente as Tecnologias Contemporâneas de Comunicação estão trazendo mudanças significativas no modo de “produção” e “consumo” da informação na contemporaneidade. As proporções dessas mudanças, entretanto, creram ainda não ser possível identificar com clareza, visto que estamos em meio a um processo ainda não totalmente desvelado. Por outro lado, da mesma forma que os meios digitais de comunicação auxiliam na formatação de um “novo” consumidor da informação, uma “nova” cultura pode estar sendo desenvolvida no âmbito da sociedade que, por sua vez, tem um forte papel na consolidação da configuração do mundo atual que tem como característica principal o forte desenvolvimento tecnológico e o avanço dos ideais de liberdade e democracia. Assim, pensamos na possibilidade de que esteja se esboçando, de fato, um novo cenário mundial, formatado à luz da cultura mundializada (Ortiz, 2000), da informação e da economia globalizadas, em que a profundidade esteja dando a vez ao fugaz, o permanente ao circunstancial e o eterno ao efêmero. As tecnologias contemporâneas de comunicação e as mudanças na “produção” e no “consumo” de informações José Carlos Ribeiro, Marcello Chamusca e Márcia Carvalhal UNIrevista - Vol. 1, n° 3 : (julho 2006)8

Para finalizar os apontamentos reflexivos aqui realizados, vale a pena ressaltar que, apesar da representação extremamente significativa, tudo indica estarmos apenas vislumbrando a ponta de um iceberg, quando nos referimos as mudanças proporcionadas pelo advento das tecnologias digitais. E neste sentido, cabe-nos apenas tentar acompanhá-las, procurando decodificá-las na medida do possível, uma vez que a velocidade com que as mudanças ocorrem nem sempre é possível vislumbrá-las.

Referências
BELLEI, S. 2002. O livro, a literatura e o computador. Florianópolis, Ed. UFSC.
CASTELLS, M. 2000. A sociedade em Rede. São Paulo, Paz e Terra.
KOVÁCS, L. 2002. Transformações Sociais e Dilemas da Globalização. São Paulo, Cortez.

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